
O Brasil não vai repetir 1950
06/06/2015 09:46Dizer que as coisas mudaram de 1950 a 2014 é repetir um chavão. Mas é verdade, no futebol principalmente. O Brasil é outro hoje e o futebol também mudou muito. A Seleção de 1950 era muito boa e tinha craques como Barbosa, Bauer e Zizinho. Como a de 2014, que tem Neymar, Thiago Silva e Fred.
Os mais velhos lembram a tristeza e o desolamento que se abateu sobre o País com a derrota na final da Copa de 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã. Parecia bem mais que uma derrota num jogo de futebol.
As histórias sobre os dias que antecederam aquela final estão na boca de todos. Políticos tentavam tirar seu proveito da boa campanha do time. Um jornal saiu no dia da decisão com uma foto da Seleção do Brasil e chamou aqueles jogadores de campeões mundiais.
Tudo isso deve ter atrapalhado a equipe. Mas o fato é que o time uruguaio era muito bom e tinha nomes como Obdulio Varela, Gighia, Schiafino e Maspoli, entre outros. Ou seja, o jogo seria difícil em qualquer situação. Muitos culparam injustamente Barbosa e Bigode pela não conquista do título. Bobagem, eles eram grandes jogadores.
Agora também o time brasileiro começa a competição como favorito, ou pelo menos, como um dos favoritos. Tem um treinador experiente e bons jogadores. Como 1950 enfrentamos alguns problemas. Grupos tentando obter vantagens provocando dificuldades para a organização. E alguns políticos novamente tentando obter vantagens eleitorais com isso.
No entanto, leio jornalistas mais velhos escrevendo que se não há grande semelhança nesta reta final na preparação brasileira em relação a 1950, há todavia alguns fatos que remetem ao clima que antecedeu a Copa de 2006. Lembram entrevistas favorecidas a uma emissora na Granja Comary. É verdade, mas acho que está mais moderado que o clima de 2006.
Já escrevi aqui que o Brasil poderá conquistar seu sexto título aqui. Será certamente uma grande festa, que o povo brasileiro merece. Mas acho que se isso não acontecer, mas o time mostrar esforço e um bom jogo, a falta do título provocará tristeza geral, de qualquer forma. Mas não viveremos um clima apocalíptico.
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